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Projeto Crianças Aprendem o que vivenciam

Curitiba 07 de Março de 2019

O velo da noite cobria a cidade, um som surgiu no meio da escuridão rasgando com força o silencio das vozes caladas pela opressão.

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Tivemos a oportunidade de disfrutar da mostra cultural oferecida pelo grupo Abadá-Capoeira no  Teatro Londrina/Memorial de Curitiba. O II SEMINÁRIO FEMININO ABADÁ-CAPOEIRA SERENA E O PODER DA FLOR foi coordenado pela gerente do Projeto Crianças Aprendem o que Vivenciam, Janaina Luz.

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Primeiro teve a apresentação das mulheres na roda de capoeira, seguido pelo Jongo  – dança brasileira de origem africana que é praticada ao som de tambores.

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Após as intervenções artísticas, abriu-se espaço para a mesa redonda onde as mulheres puderam expor as consequências vividas por elas em uma sociedade opressiva.

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Barbara Assunção (primeira da direita na foto) – ABADA CAPOEIRA, sente na capoeira um espaço igualitário e plural que faz falta na sociedade. “A capoeira e uma arte brasileira que reúne grande diversidade, transmitindo ideias e sensações que permitem escapar de uma sociedade misógina”, ressaltou.

Renata Borgues Ativista da causa Trans e UNA LGBT, começou sua fala relembrando as mortes violentas de Dandara e Natasha ambas assassinadas por serem mulheres trans; casos que evidenciam a ignorância infundada da sociedade que marginaliza e violenta a minoria. Ressaltou o destaque do Brasil no mundo como um país com enorme violência contra a mulher e o mais violento contra pessoas trans; onde a expectativa de vida das mulheres trans abaixou de 35 a 26 desde o ano passado. Renata falou também do momento politico atual importante, onde é necessário o apoio da população e um trato social digno e humano. “Nada garante a segurança nas ruas, o medo não pode ser companheiro da mulher”.

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Nauê Japiim Representante Indígena do Paraná, retomou a luta dos longos 500 anos da população indígena, invadida, violentada e massacrada, mas não derrotada pois a resistência persiste.

 

“A minha fala é a minha arma de defesa” falou Nauê, a qual mantém presente a Natureza como protetora e guia.

Will Amaral do Instituto Afro Brasileiro do Paraná lembrou do espaço aberto no instituto para a população negra e não negra para buscar, em conjunto, uma equidade social.

 

Lembrou também do espaço na Praça Zumbi dos Palmares em Curitiba  onde ocorre a Feira Afro Empreendedores que visibiliza a tradição, cultura e arte afrodescendente.

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Terezinha Pereira Ramos, de Politica para mulheres, começou mostrando a sua emoção ao ver as danças iniciais, vendo como cresceram e a força de manifestação adquirida. Focou a fala na Gestão Publica ressaltando a necessidade de se buscar igualdade na lei obtendo-se a equidade sócia. Expôs também as dificuldades de orçamento devido as politicas segmentadas não possuírem tanto apoio do Estado. Finalizou sua fala mostrando que a violência está se estendendo pois está naturalizada nas pessoas, desumanizando a população. Convidou todos a repensar a legislação Brasileira e suas incapacidades reais de garantir bem-estar e liberdade. “Amanha tem muito para comemorar, mas tem muito mais pelo que chorar e muito mais que tem que mudar”, falou em relação ao dia da mulher.

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De esquerda para a direita na foto: Will Amaral do Instituto Afro Brasileiro do Paraná, Nauê Japiim Representante Indígena do Paraná, Renata Borgues Ativista da causa Trans e UNA LGBT, Barbara Assunção ABADA CAPOEIRA, Terezinha Pereira Ramos, de Politica para mulheres e Janaina Luz gerente do Projeto Crianças Aprendem o que Vivenciam.

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O evento contou ainda com a apresentação do Projeto Serena e o poder da flor, uma mostra de samba que colocou os participantes do evento em ritmo de protesto e resistência perante a  violência que se fomenta, se expressa e se induze constantemente.

Ressaltamos o trabalho das mulheres que buscam a equidade e a transformação na mente e que permita as pessoas a olharem o outro como igual. 

Mais informações:

  Crianças Aprendem o que Vivenciam

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Praça General Osorio - Centro. Curitiba,Pr. (041)999261769

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